Anatomia dos meniscos

Os meniscos são duas estruturas semi circulares em forma de meia lua que possuem como função principal o amortecimento articular assim como a distribuição do peso exercido sobre a articulação.  São estruturas fibrocartilaginosas curvas e ficam entre as superfícies articulares opostas e estão ligados entre si e a cápsula articular.. São formados predominantemente de colágeno tipo I. O colágeno tem o formato circunferencial, padrão este ideal para a absorção de cargas compressivas.

Anatomia Meniscal



Os dois meniscos do joelho são importantes por dois motivos: (1)  funcionam como uma vedação para espalhar a força do peso do corpo sobre uma área maior de superfície, e (2) contribuem de forma secundária com a estabilidade articular.

Os meniscos são triangulares em sua secção transversal, sendo de periferia espessa, convexa e fixa a cápsula articular. O oposto (região central) é afilada e apresenta a borda livre.  O corno posterior do menisco medial é maior quando comparado ao corno anterior. Já o menisco lateral apresenta os dois cornos de tamanho semelhante. As superfícies proximais dos meniscos são côncavas e apresentam-se em contacto com os côndilos femorais. Distalmente são planas e descansam sobre o platô tibial. O menisco medial cobre aproximadamente 64% do planalto tibial medial. O menisco lateral cobre aproximadamente 84% do platô tibial lateral.

Anatomicamente e didaticamente divide-se os meniscos em três regiões: corno anterior, corpo e corno posterior.

Anatomia Meniscal


Embriologicamente, os meniscos são formados de tecido mesenquimal e aparecem como estruturas distintas pela oitava a décimo semana gestacional de desenvolvimento. Inicialmente são altamente celulares e apresentam uma abundância de vasos sanguíneos. Progressivas e graduais mudanças ocorrem a partir do nascimento até a adolescência, que consistem em diminuição da celularidade, diminuindo consequentemente a vascularidade e aumentando o conteúdo de  colágeno.
Imagine-se o joelho como uma bola repousa sobre uma placa plana. A bola é o fim da fêmur que entra em contato com a superfície plana que é o topo da tíbia. Os meniscos atuam como uma vedação, ajudando a distribuir o peso do fêmur com a tíbia.
Sem os meniscos, qualquer peso sobre o fêmur serão concentradas em um ponto da tíbia. Mas com os meniscos, o peso está distribuído em toda a superfície da tíbia.

Os meniscos do joelho, tornam a articulaçãor mais estável, agindo como uma cunha entre os ossos.

MENISCO MEDIAL e LATERAL

O menisco medial é firmemente fixados à fossa intercondilar posterior da tíbia diretamente anterior à inserção do LCP.
O corno anterior do menisco lateral fixa-se à fossa intercondilar, anterior ao tubérculo tibial lateral e adjacente ao LCA. O corno posterior é fixado à fossa intercondilar posterior diretamente à lateral tubérculo tibial anterior.
Perifericamente, o menisco medial é continuamente fixo à cápsula do joelho. A fixação tibial do menisco, por vezes conhecido como o ligamento coronário, atribui à margem da tíbia alguns milímetros distais à superfície articular. O corno anterior do menisco medial tem a maior superfície de inserção 61,4 mm2), e o corno posterior do menisco lateral tem a menor (28,5 mm2).

O ligamento anterior do Humphry passa anterior a LCP, enquanto o ligamento de Wrisberg passa posterior à LCP. A fixação do menisco lateral é interrompido pelo hiato poplíteo através da qual passa o tendão do músculo popliteo. Este é um dos motivos pelos quais o menisco lateral não é tão amplamente anexada à cápsula como o menisco medial, sendo mais móvel e podendo movimentar-se 11 milímetros com a flexão do joelho. A mobilidade controlada do menisco lateral, que é guiado pelo tendão do poplíteo e pelo ligamento meniscofemoral pode explicar porque as lesões meniscais ocorrem com menos frequência no lado lateral do joelho.

Funções Meniscais

1. Transmissão de Carga- trabalhos demonstram que até 50% da carga compressiva é transmitida pelos meniscos. Estes aumentam a área de contato do fêmur distal com a tábia proximal. Como carga é aplicada, os meniscos tenderão a serem expulsos da superfície articular. A fim de resistir a esta tendência, tensão circunferencial é desenvolvido ao longo das fibras colágenas do menisco. A continuidade  do aro circunferencial periférico do menisco é imprescindível para a manutenção dessa função. A meniscectomia parcial consegue preservar essa função desde que este aro circunferencial periférico seja mantido. Inversamente, se uma lesão radial estende-se para a periferia e interrompe a continuidade do menisco, a transmissão de propriedades de carga do menisco são perdidas. Sob cargas de compressão axial do fêmur, o pico máximo cisalhamento e estresse na cartilagem articular aumentam mais de 200% depois de uma meniscectomia lateral em relação a medial. Este aumento explica em parte porque ocorre uma maior degeneração após uma meniscectomia lateral.

2. Aumento da área de contato articular- o contato femoro-tibial diminui até 75% após a realização de uma meniscectomia.

3. Distribuir líquido sinovial

4. Fornecer estabilidade- O menisco medial especialmente controla a translação ântero-posterior da tíbia em relação ao fêmur. Este fato é observado em maior grau nos joelhos com lesão do LCA. Isso explica o motivo pelo qual pacientes com lesão do LCA evoluem para uma provável lesão do menisco medial se optarem pelo tratamento conservador do ligamento. A função de estabilidade é secundáriamente realizada pelos meniscos.

MOVIMENTOS MENISCAIS

Thompson estudou os movimentos meniscais com ressonância magnética 3D e com ressonância magnética cinemática. A mobilidade do menisco medial foi de aproximadamente 5,1 mm, e do lateral foi de 11,2 mm. A mobilidade do corno posterior foi menor do que a do corno anterior, tanto medial quanto lateral. DePalma, demonstrou que a maior parte do movimento do menisco lateral ocorre após 5 a 10 graus de flexão, enquanto que o maior movimento do menisco medial ocorre após 17 a 20 graus de flexão. O ligamento oblíquo posterior está solidamente ligado a parte posterior do menisco medial, limitando assim o seu deslocamento e sua rotação. Isto possivelmente contribui para o aumento do risco de prejuízo das lesões do menisco medial. Inversamente, a maior mobilidade do menisco lateral é responsável pela menor ocorrência de lesões nesse lado.  

Vascularização Meniscal

Os meniscos em um neonato são inteiramente vasculares. Arnoczky e Warren demonstraram que apenas o exterior 10% a 25% do menisco lateral e de 10% a 30% do menisco medial são vascular. Os ramos vasculares são derivados das artérias geniculares. Os dois terços internos são avasculares  e são nutridos pelo líquido sinovial através de difusão.

Fonte

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