Patologia da cintura escapular

A cintura escapular é grandemente solicitada em situações de trabalho, quer de uma forma dinâmica quer de uma forma estática.

As mudanças de intensidade ou duração da actividade são muitas vezes suficientes para o aparecimento de sintomas bem como de fadiga por uso excessivo do sistema musculo-esquelético.

Os ombros são bastante solicitados, quer em situações laborais como no próprio dia-a-dia e devido à complexidade desta articulação os problemas tornam-se complicados.
As tarefas repetitivas podem influenciar as fibras dos ligamentos produzindo-se uma instabilidade articular aumentando o risco de lesão, sendo o período de recuperação prolongada, devido à fraca irrigação que possuem.

➟ Etiologia

Na articulação do ombro, na área sujeita a repetidas pressões durante o movimento existe uma estrutura designada por bolsa subacromial que, tal como já foi referido, tem como principal função almofadar a região sujeita a atrito (tendão do rotador da coifa, mas essencialmente o tendão do Supra-espinhoso) reduzindo a fricção entre as partes móveis.
Por excesso de utilização o tendão pode tornar-se rígido, podendo caminhar para uma situação crónica ao afectar a bolsa subacromial adjacente provocando uma reacção inflamatória designada por Bursite Subacromial. Eventualmente, com a inflamação ocorre depósito de cálcio nesse tendão, e mais tarde interfere no movimento do ombro. Se a bursite persiste, os músculos poderão atrofiar ou degenerarem.

Referiu-se anteriormente que o movimento de abdução do braço irá provocar compressão na bolsa, bem como, a exagerada flexão. A elevação dos braços é considerada agressiva, em especial se for realizada durante longos períodos de tempo e envolver um trabalho muscular estático. Ora, por exemplo, um operador fabril ou um empregado de grandes armazéns, que tenha de realizar repetidamente estes movimentos para empilhar caixas em prateleiras elevadas, estará sujeito ao aparecimento de uma bursite. Também no desportista, o ombro está sujeito a uma infinidade de lesões traumáticas, quer provocadas por microtraumatismos directos por contusão ou indirectos por quedas em apoio palmar, quer ainda pelos stress gestuais repetitivos nas modalidades onde a utilização dos membros superiores é fundamental para o desenrolar harmonioso do gesto desportivo. Podemos dar o exemplo do jogador de Volleibool. Deste modo, conclui-se que os efeitos no corpo humano dos movimentos realizados dependem da postura adoptada, da força exercida para a realização do gesto e o número de vezes que é executado.


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