Problemas ortopédicos podem prejudicar o desenvolvimento físico da criança








Dores nos pés, ao andar, e dificuldades de se relacionar podem ser conseqüências de problemas ortopédicos. Entre eles, o mais frequente é a má formação dos pés, que corresponde a cerca de 80% dos casos.

Botas ortopédicas pesadas, palmilhas grossas e crianças reclamando do incômodo causado por esses "objetos de tortura" faziam parte do cenário dos pequenos que nasciam com algum tipo de má formação nos pés. Há aproximadamente quatro anos, essa situação se transformou e as botas foram abolidas dos tratamentos ortopédicos. "Hoje em dia, o comum é acompanharmos o desenvolvimento da criança e a gravidade do problema. Em alguns casos, a curvatura dos pés forma-se normalmente, e em casos extremos há necessidade de cirurgia", afirma Camilo Helito Neto, médico ortopedista do hospital Nove de Julho.

Além do pé plano, conhecido também como pé chato, cuja incidência é mais comum, existem os pés cavos, com a curvatura muito acentuada e os varos, com a planta do pé virada para dentro. Os pais podem ficar atentos aos pezinhos dos bebês no período entre seis meses e um ano, quando a criança começa a ensaiar os primeiros passos. Se o pequeno consegue andar normalmente, com os pés apoiados no chão, a próxima etapa é ficar atento às reclamações de dores e dificuldades para correr e brincar, que geralmente começam a surgir por volta dos oito anos. "Muitas vezes, se o caso não é grave, a recomendação é incentivar a criança a andar descalça em terreno acidentado, como praia ou gramado, para auxiliar na formação da curvatura correta dos pés", explica o médico.

A má formação dos pés corresponde a cerca de 80% dos problemas ortopédicos nas crianças e se dá de duas maneiras - por posicionamento incorreto do feto na barriga da mãe ou por herança genética. "Se pai e mãe têm algum tipo de problema nos pés, existe uma probabilidade de 60 a 70% de chance de o filho nascer com a mesma característica."

Luxação Congênita de Quadril pode ser resolvida em bebês de até um ano

Outra alteração ortopédica que pode ser detectada nas crianças é a chamada Luxação Congênita de Quadril, que é uma falha no encaixe da cabeça do fêmur na bacia, que pode ocasionar fortes dores no quadril e dificuldades ao andar. De acordo com o ortopedista, existe um exame que é feito nos bebês para diagnosticar esse tipo de problema.

Trata-se da Manobra de Ortolani, que consiste em movimentar as pernas do bebê para os lados, em abertura. Se constatada a alteração, que pode ser percebida pelo médico por um "estalo" no osso, recomenda-se o uso de uma quantidade maior que o normal de fraldas no bebê, para abrir o quadril e facilitar o encaixe do osso. Esse método apresenta resultados quando realizado no primeiro ano de vida da criança. Após essa idade, se a luxação existe, mas não foi detectada, há a necessidade de intervenção cirúrgica.

Além desses males, as crianças podem apresentar outros tipos de alteração ortopédica, como luxação de joelho, torcicolo congênito, entre outros, que podem ser identificados nas primeiras visitas do bebê ao pediatra. "O acompanhamento médico nos primeiros meses de vida é primordial para garantir a saúde do bebê", finaliza o ortopedista.




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