Fratura de colo de fêmur nos idosos









Geralmente esse tipo de fratura ocorre por uma queda do idoso ou por traumas físicos menores. É um dos motivos pelos quais nós, geriatras e gerontólogos, nos preocupamos tanto com o fato de um idoso cair. Quase sempre o tratamento será cirúrgico com aplicação de parafusos, placa ou prótese total ou parcial da articulação do quadril, isto é, substituição da articulação por uma "junta artificial" metálica.

Mas por que nos preocupamos tanto se há tratamento?

Porque a situação clínica desses pacientes devida ao próprio trauma causador da fratura, ao procedimento cirúrgico e ao período de reabilitação somam um risco de morte muito alto. Após um ano de uma fratura dessas, diversos estudos mostram que a taxa de morte dos idosos é em média 25%, independentemente do tratamento. Isso quer dizer que a cada quatro idosos que sofrem uma fratura de fêmur, um deve falecer no próximo ano. É para preocupar, não?

Além disso, mesmo entre os pacientes que não chegam a morrer, entre 40% e 47% deles terão alguma complicação grave no período de até 2 anos após o evento. As complicações podem ser muitas: falha da cirurgia e necessidade de reoperação, infecções diversas, acidente vascular cerebral ("derrame"), embolia pulmonar, desnutrição, depressão, confusão mental...

Mais uma vez volto a insistir na necessidade de prevenção de acidentes, principalmente quedas (em casa ou na rua) e atropelamento. Diante de uma situação mais grave que muitos cânceres, não podemos deixar de lembrar que a prevenção é o melhor remédio!

Luciana Pricoli Vilela
Médica Geriatra e Clínica Geral - CRM/SP 116.078


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