Fisioterapia na entorse de tornozelo
Segundo Suda, as entorses do tornozelo estão entre as lesões mais freqüentes nos esportes, atividades de vida diária, acidentes e departamentos de emergências médicas. Ruiz menciona que as complicações mais comuns da fratura do tornozelo são rigidez, atrofia muscular pós-traumático, distrofia simpático-reflexa, artrite, dor, e instabilidade. 7,8
Conforme os estudos de Ruiz et al, a idade média dos pacientes que sofreram fraturas maleolares, é de 47 anos, sendo as mulheres com 53 anos e os homens 38 anos, sendo que o episódio acometeu mulheres em 61%. Segundo o estudo, 92% eram fechadas e 33% associadas à luxação. O prognóstico se torna mais positivo ao se iniciarem os exercícios imediatamente após a cirurgia, adicionando precocemente o uso de carga.8
O mecanismo de lesão mais comum é uma supinação excessiva do complexo tornozelo-pé, que ocorre quando o complexo articular apresenta flexão plantar e inversão excessivas durante a descarga de peso no membro acometido.7
Está amplamente citado na literatura, segundo Mattos, que a eficácia do tratamento reabilitador nas fraturas de tornozelo é superior, com alguns movimentos devendo ser iniciados imediatamente, como os movimentos de quadril e joelho na posição deitada, movimentos dos artelhos e contrações isométricas dos músculos que atuam sobre a articulação, todos respeitando limiar doloroso do paciente.9
O fisioterapeuta deve favorecer o arco de movimento nas articulações subtalar e mediotársica e melhorar a força dos músculos que atuam sobre elas selecionando as técnicas apropriadas para a mobilização, como a artrocinemática, deslizamento e alongamentos.10
A técnica de reeducação proprioceptiva da articulação do tornozelo, se caracteriza por estímulos de desestabilização, gerando um desequilíbrio calculado, para que ocorra rapidamente uma contração muscular intensificando reflexos protetores. Essas atividades são realizadas inicialmente em situações estáveis e posteriormente acentuando o grau de instabilidade de acordo com as condições do paciente.11 No estudo proposto o programa não foi iniciado, mas sua inclusão é pertinente ao longo da evolução do caso.
Na fase crônica alguns exercícios proprioceptivos podem ser realizados de forma mais dinâmica, como: saltar em cama de espuma e cama elástica anteriormente, lateralmente e posteriormente. O uso de giroplano e tábuas proprioceptivas, que inicialmente envolvem simplesmente tentativa de apoio, já passam a adotar caráter mais dinâmico, podendo ser atrelado à sua utilização o arremesso de objetos, como bolas, entre paciente e fisioterapeuta para aumentar a dificuldade em se equilibrar.9
Segundo Resende, a mobilização articular refere-se aos movimentos acessórios passivos que visam à recuperação da artrocinemática, ou seja, dos movimentos de giro, rolamento e deslizamento entre as superfícies articulares. O seu restabelecimento promove a congruência articular, diminui o atrito mecânico na articulação, melhora a dor e, conseqüentemente, a função do segmento corporal comprometido, onde a eficiência das manobras dependem da intensidade e da reprodutibilidade da força aplicada durante a mobilização, devendo obrigatoriamente serem compatíveis com o quadro clínico do paciente.12
Segundo Arbizu, o tratamento fisioterapêutico deve ser cuidadoso e preciso, para evitar outro tipo de lesão ou sequelas que possam causar instabilidades crônicas do complexo articular onde as terapias manuais são usadas com freqüência, como um método de tratamento eficaz para eliminar restrições de movimento, diminuir a dor e melhorar a funcionalidade.13
Uma das consequências da fratura de tonozelo é a retração tendinosa e muscular que acomete o tríceps sural e o tendão de Aquiles. Dentre as técnicas que são utilizadas para a melhora da amplitude articular, destacam-se as mobilizações articulares, em métodos descritos por Maitland14, Mulligan15 e Kaltenborn,16 que visam a vencer as disfunções artroligamentosas, diminuir a dor e melhorar a eficácia dos movimentos.13-16
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