Como evitar a lesão no Manguito rotator



O manguito rotador é um grupo de músculos formado pelo subescapular, supra-espinhoso, infra-espinhoso e redondo menor, que cobre a cabeça do úmero e tem grande importância na estabilização, na força e na mobilidade do ombro.
Essa estrutura tem grande importância no movimento normal do ombro e na estabilidade da articulação.

De uma forma bem resumida, podemos dizer que as principais funções são: participar dos movimentos de abdução, flexão e rotação da glenoumeral; deprimir a cabeça do úmero; e estabilizar a articulação durante os movimentos.

A ruptura do manguito rotador, considerada originalmente como só resultado de trauma severo, é agora aceita como ocorrência frequente nas atividades diárias.
A patogênese das lesões do manguito rotador é controversa. Trauma direto, atrito, hipovascularização e impacto subacromial são os fatores mais frequentemente citados, sendo que as lesões traumáticas recebem atenção especial. Há autores que falam que fatores genéticos e metabólicos, que se somam aos traumas mecânicos das atividades de vida diária e os fatores de envelhecimento são sempre acusados, mas não claramente delineados, pois variam de diferentes idades e atividades da vida diária.

A síndrome manifesta-se clinicamente por dores recorrentes e rigidez, agravadas pela atividade, ocorrendo no ombro e irradiando-se para a face anterior do braço, uma hipersensibilidade é percebida sobre o manguito rotador no grande tubérculo e sobre o sulco bicipital.

Existe uma relação entre a síndrome do impacto e a degeneração do manguito. O impacto ocorre entre o manguito e a porção ântero-inferior do acrômio, o ligamento córaco-acromial e a articulação acromioclavicular.

A síndrome do impacto e a consequente lesão do manguito rotador ocorrem em 3 fases evolutivas.

Na fase 1 ( edema e hemorragia), que é mais comum em jovens, mas pode ocorrer em qualquer idade, ocorre dor no ombro e na face lateral do braço relacionado a movimentos repetidos de elevação. Pode ocorrer limitação de mobilidade e crepitação.

Os sintomas na fase 2 ( fibrose e tendinite) são semelhantes. Esses estágios são reversíveis. Com a progressão da lesão pode ocorrer a ruptura do tendão, geralmente em pacientes acima de 45 anos e com longo período de sintomas prévios.

Além da dor, que frequentemente é noturna, na fase 3 (ruptura do tendão) podem ocorrer graus variáveis de perda de força e da elevação, abdução, e rotação, dependendo do local e do tamanho da ruptura.

É preciso observar as dores que surgem nessa região muscular para que não haja uma lesão que chegue a ruptura. Exercícios são muito utilizados para esse objetivo.

Os exercícios específicos para evitar a ruptura são compostos de amplitude de movimento diária (exercícios posturais, movimento ativo-assistido, treinamento ativo da musculatura escapular, movimento ativo); flexibilidade diária (alongamento anterior e posterior do ombro) e fortalecimento três vezes por semana (manguito rotador e exercícios da escápula).

Dentre os protocolos que existem para o fortalecimento dos músculos do manguito rotador, o mais conhecido é o descrito por Rockwood. Esse protocolo envolve os movimentos de rotação interna, externa, abdução, flexão e extensão do ombro. A figura abaixo ilustra parte do protocolo de Rockwood, onde deverão ser feitas 10 repetições de cada exercício, três vezes ao dia.

Figura 3 - Protocolo de Rockwood



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