A utilização de cinesioterapia e eletroterapia na luxação ombro
1 Introdução
Este texto refere-se ao atendimento realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), pelo acadêmico autor deste artigo, à paciente L.B.M, 42 anos, branca, cabeleireira, residente na cidade de Tubarão – SC. Foram realizados alguns testes para saber quão íntegro encontravam-se os músculos do ombro.
A redução do quadro álgico foi avaliada com o auxílio de um quadro de dor adaptado da tabela de Mc'Gill. A amplitude de movimento do ombro acometido (esquerdo) foi avaliada com o auxílio do goniômetro mensurando as angulações dos movimentos deste complexo articular. Foi analisada a capacidade de suporte da intensidade da corrente do interferencial, através da passagem dos picos de suporte do interferencial tendo como objetivos a diminuição do quadro álgico e aumento da amplitude de movimento. A paciente vinha sentindo dores desde janeiro de 2002, as quais já estavam incomodando e atrapalhando suas atividades de vida diária.
Em abril de 2000, a paciente realizou uma cirurgia de histerectomia, devido a presença de nódulos no útero. No exame foi constatado a presença de um carcinoma; após realizado o procedimento cirúrgico, a paciente foi submetida a sessões de radioterapia, em Florianópolis (SC). Essas sessões de radioterapia duraram 1 (um) mês; realizaram-se novos exames e constataram ausência de células cancerígenas. Um dos motivos pela utilização de eletroterapia, foi este; apesar do controle da doença, estima-se a realização de um tratamento fisioterápico fora de qualquer risco e perigo.
Este trabalho objetivou analisar a redução no quadro álgico e, em conseqüência, o aumento na amplitude de movimento.
2 Material e Método
Para o desenvolvimento deste estudo, seguiram-se às seguintes fases:
• Aplicação das técnicas de cinesioterapia e eletroterapia, visando a redução do quadro álgico e consequentemente o aumento da amplitude de movimento;
• Análise dos resultados e conclusão;
• Exposição do trabalho à Instituição, representada pelos membros da banca examinadora;
• Observações individualizadas.
Como mencionado anteriormente, este trabalho descreve o objetivo alcançado na
Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul, Cidade de Tubarão – SC. Teve como sujeito, a paciente L.B.M, na qual queixava-se de dores no ombro, inclusive em repouso, sendo diagnosticado mediante a aplicação de alguns testes, a SIO. O atendimento ocorreu no período de 30 de julho à 1 de setembro.
Foram realizadas avaliações no decorrer do atendimento, específicas da Síndrome do Impacto do Ombro como a: amplitude de movimento e a força do complexo articular do ombro. Eram realizados constantemente alguns testes específicos da SIO (infra-espinhoso, subescapular, Hawkins, Teste do supra-espinhoso, Neer Welsh e teste da caída do braço) , porém, os testes de caída do braço, teste de Neer Welsh, Hawkins e teste do supra-espinhoso deram positivos. Segundo Ferão (2001) refere-se a um quadro caracterizado por intensa dor no terço superior do braço, na realização dos movimentos de abdução e rotação externa. Segundo Adams; Hamblen (1994, p.237), "a dor ocorre no meio do movimento, sendo indolores o início e o fim do mesmo".
Após as avaliações foram realizados o atendimento utilizando técnicas de cinesioterapia ativa (ativa-assistida, resistida, auto-assistido e auxiliado mecanicamente, mobilizações, trações, etc.) e de terapia interferencial de média freqüência.
A paciente recebeu atendimento fisioterápico com sessões de duração de 50 minutos, 5 dias por semana, com um número total de quase 30 sessões no período do atendimento.
Após o término do atendimento da fisioterapia, a paciente foi submetida a uma nova reavaliação para verificar a redução do quadro álgico e aumento da amplitude de movimento da articulação do ombro esquerdo.
3 Resultados e Discussão
Realizado as avaliações iniciais na paciente, foram observadas na paciente redução na amplitude de movimento do ombro, devido ao intenso quadro álgico. De acordo com o mencionado, Agne (2001) descreve a disfuncionalidade em conseqüência da dor, levando a afetar as atividades de vida diária do paciente.
A dor foi analisada com o auxílio da tabela adaptada de Mc'Gill, onde a paciente marcou de acordo com a sua subjetividade 0,8cm; vale lembrar que a tabela adaptada tem 15cm. A paciente apresentava amplitude de movimento de flexão: 98°; extensão: 35°; abdução: 70°; adução: 30°; rotação interna: 30° e rotação externa: 15°. No primeiro dia de atendimento a paciente suportou uma intensidade de 20ma (miliampere) do Interferencial
Endophasis – I, marca KLD Biosistemas, UMDNS: 16-255 – ET 9702. Segundo Castro (1999), para se evitar a acomodação, deve-se aumentar a intensidade da corrente e/ou variar a freqüência até que o paciente volte a sentir a passagem da corrente. Os dados mencionados anteriormente foram colhidos no dia da avaliação (30/07/02).
Realizada a avaliação inicial na paciente, foi aplicado o tratamento, conseguindo após o término de 30 sessões, a redução no quadro álgico, onde a mesma no último dia de atendimento (1/09/02) marcou 14,2cm de redução. Observou-se o aumento da amplitude de movimento no complexo articular do ombro onde: flexão: 145°; extensão: 65°; abdução: 130°; adução: 40°; rotação interna: 75° e rotação externa: 40°. No último dia de atendimento a paciente apresentava uma intensidade de 70ma. Isto demonstra o descrito por Castro (1999) em relação a acomodação, que para evitá-la, aumentasse a intensidade da corrente ou altera-se a freqüência para o paciente voltar a sentir a corrente.
4 Conclusão
Após a realização do tratamento e feita nova avaliação para a paciente, evidenciou-se evolução no quadro disfuncional. Observou-se que a utilização da terapia interferencial e da cinesioterapia restabeleceram as funções e atividades de vida diária da paciente, obtendo reabilitação dos movimentos do ombro decorrente da redução do quadro álgico. Desta maneira, atingiu-se o esperado de reabilitar os movimentos do complexo do ombro e conseqüente redução da dor.
Referências
ADAMS, J; HAMBLEN, D. A Região do Ombro. In:Manual de Ortopedia. Tradução Patrícia Fischer. 11ed. São Paulo: Artes Médicas, 1994. p.224-245.
AGNE, J. Dor. Caderno Didático de Eletrotermoterapia. 2001. p.4-49.
CASTRO, A. Eletroterapia . In: GREVE, J; AMATUZZI, M. Medicina de Reabilitação aplicada a Ortopedia e Traumatologia. São Paulo: Roca, 1999. p.25-46.
FERÃO, M. Material Didático Aplicado à Ortopedia, Traumatologia e Reumatologia. 2001
Por: Ismael Santos Dal Bó ¹. Jaqueline de Fátima Biazus ².
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