Fáscias, Pontos Gatilhos e Fisioterapia








Fáscia são planos de tecido conjuntivo, organizados no corpo humano em camadas. Elas envolvem e dão forma aos músculos, preenchem os espaços e dão unidade à estrutura, ao mesmo tempo em que criam as condições necessárias a que cada segmento do corpo funcione de maneira adequada e em cooperação mútua. Flexibilizar os tecidos, descolar as camadas umas das outras e reposicioná-las, reduzindo as tensões e os encurtamentos, estão entre as principais tarefas empreendidas no processo de integração. 

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Ela tem a capacidade de gerar tensão em todo o corpo. Existem células chamadas de Fibroblastos e Miofibroblastos com alto poder de contração, além de músculatura lisa e proteínas contráteis na matriz extracelular. Isso recebe o nome de Tensegridade: todo o sistema corporal se une em uma malha pré-tensionada que ajusta o meio interno a demanda do ambiente.

As fáscias musculares normalmente são acometidas devido à formação de pontos gatilhos, que são estruturas de maior tensão ao longo do ventre muscular, ocorrem por estresse constante na musculatura.

Os pontos gatilhos são nódulos dolorosos no tecido muscular degenerado, a dor referida pode ser evocada por estímulos mecânicos. Pode manter-se assintomáticos até que a movimentação ou a pressão provoque dor intensa ou espasmo muscular. Desenvolve-se geralmente após espasmo ou tensão muscular prolongada ou como sequela de traumatismos agudos ou por micro traumatismos crônicos tais como os gerados por contração muscular e movimentos inadequados. Parecem constituir entidade clínica específica.

A presença de pontos-gatilhos ativos caracteriza a síndrome dolorosa miofascial, que é uma afecção álgica do aparelho locomotor que acomete músculos, tendões, fascias e ligamentos. Caracteriza-se pela ocorrência de dor e pelo aumento de tensão dos músculos afetados. Fadiga e isquemia muscular localizada, devido à contração estática, constante repetição de movimento, posturas inadequadas, estresses emocionais, parecem estar envolvidas com sua gênese. A síndrome dolorosa miofascial também pode estar associada ou ser secundária a outras afecções músculo-esqueléticas, metabólicas como a diabetes e hipotireoidismo, inflamatórias e/ou infecciosas.

Os músculos cervicais, escapulares e do membro superior, como os extensores e flexores de punho e dedos, além dos intrínsecos e lumbricais da mão, frequentemente são afetados. A síndrome dolorosa miofascial está presente em grande parte dos casos de LER/DORT, dores na coluna vertebral, cintura escapular e pélvica, além dos membros, pois quando há tendinite e/ou neuropatia periférica e/ou artropatias, há contração muscular reflexa, ocasionando o ciclo vicioso dor-espasmo-dor, além da fraqueza e fadiga da musculatura regional e a distância.

Frequentemente, as lesões ligamentares e a inflamação induzem à formação de pontos-gatilho e de dolorimento nos músculos adjacentes, que se tornam à causa imediata da dor. O tratamento direcionado para a dor muscular não visa a etiologia da dor e, portanto, permite a recorrência dos pontos-gatilho e pontos de dor. O tratamento da doença de base como a bursite, e o da irritação (sensibilização) espinal segmentar (raiz nervosa), frequentemente associada é necessário em associação ao tratamento do ponto-gatilho.

Para atuar nos pontos de gatilhos, o fisioterapeuta utiliza como principal ferramenta as mãos, como o próprio nome da especialidade nos mostra, sendo estas o intermédio da realização dos testes e manobras inclusas no exame físico e tratamento. A Terapia Miofascial é um método de cinesioterapia passiva, que através da terapia manual, tem o objetivo da inibir os prejuízos funcionais. Outras técnicas que podem ser utilizadas podemos citar a Quiropraxia, Rolfing, Cyriax, Osteopatia, Maitland, McKenzie, Mulligan, Crochetagem, Mobilização Neural, Estabilização Segmentar Terapêutica, etc...

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