A Importância do Fisioterapeuta no Trauma e Emergência









Denominam-se primeiros socorros o tratamento aplicado de imediato ao acidentado ou portador de mal súbito, ou seja, são cuidados imediatos prestados a uma pessoa, fora do ambiente hospitalar, cujo estado físico, psíquico e ou emocional coloquem em perigo sua vida, com o objetivo de manter suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que receba assistência medica especializada.

Atividade de emergencista ou socorrista é regulamentada pelo Ministério da Saúde, segundo a portaria n° 824 de 24 de junho de 1999. O socorrista deve dispor de um treinamento detalhado sobre toda situação que envolve o trauma. Um bom socorrista deve ter espírito de liderança, compreensão, tolerância e paciência; ser um líder, na concepção da palavra; saber planejar e executar suas ações; saber promover e improvisar com segurança; ter iniciativa e atitudes firmes e ter, acima de tudo o espírito de solidariedade humana.

A atuação fisioterapêutica nas unidades de emergência (UEs) e unidades de pronto atendimento (UPAs) está em crescimento no Brasil com a finalidade de contribuir na avaliação e no diagnóstico funcional dos distúrbios ventilatórios e de atuar no tratamento e na prevenção das alterações respiratórias apresentadas pelos pacientes nessas unidades.

Na última década, seguindo tendências internacionais, a inserção dessa prática vem gerando contribuições e desfechos clínicos favoráveis a esses pacientes. O objetivo principal do atendimento fisioterapêutico é dar suporte rápido e eficiente para disfunções cardiorrespiratórias nas primeiras horas, evitando possíveis agravamentos, como necessidade de intubação orotraqueal (IOT), utilização de ventilação mecânica invasiva (VMI) e admissão na unidade de terapia intensiva (UTI).

A Portaria 2048 do Ministério da Saúde (MS),1 que dispõe sobre o serviço de urgência e emergência no Brasil, em seu capítulo V, discorre sobre o atendimento hospitalar nas UEs e emergência, citando o serviço de suporte, acompanhamento clínico e reabilitação, em que a presença do fisioterapeuta se faz importante por sua contribuição, prevenindo e tratando complicações cardiorrespiratórias, neurológicas e musculoesqueléticas.

Logo, de acordo com a Portaria Nº 1601/MS, de 7 de Julho de 2011, que estabelece diretrizes para implantação das UPAs e do conjunto de serviços de urgência 24 horas da Rede de Atenção às Urgências, em conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências, em seu Art. 2º § II, essas unidades devem possuir equipe multiprofissional interdisciplinar compatível com seu porte.

O trauma ou situação de emergência hoje em dia torna-se uma grande realidade nos centros urbanos, isto deve-se ao fato de que o tempo disponível para deslocamento das pessoas de um ponto ao outro iniciou uma grande corrida contra o tempo e os efeitos colaterais disto passaram a ser as inúmeras ocorrências por acidente automobilísticos ou motociclísticos.

Na ocorrência do trauma toda a equipe deve estar atenta aos sinais vitais, capacidade de responsividade, manutenção das vias aéreas afim de garantir uma boa ventilação, dados da cinemática à partir do vetor, mecânica do movimento, e a possibilidade de conservação de energia.

Toda a abordagem multidisciplinar tem o fisioterapeuta como importante membro da equipe, toda a conduta em tempo real requer posicionamento adequado aos segmentos afetados, cinesiologia aplicada, experiência em adequação e inserção a ventilação mecânica, além de mobilização ao paciente crítico.

Dentro de todo este cenário torna-se importante a instituição de profissionais em fisioterapia em núcleos emergenciais partindo de um ambiente intra hospitalar ou extra hospitalar (residências e logradouros) e deve ser abordada em formato de legitimidade social e apresentada aos órgãos representativos, afim de que se torne mais um amplo mercado de trabalho, e mais uma área de especialização legítima ao profissional em fisioterapia.

O profissional Fisioterapeuta deve solicitar ajuda e avaliar o cenário ao verificar que uma pessoa não responde quando apresentado um evento relacionado a ausência de pulso e respiração durante o atendimento em domicilio, a utilização do desfibrilador externo automático neste local não possui evidências, por isto é recomendado o acionamento do serviço avançado de emergências em concomitância a realização da compressões torácicas ao iniciar o SBV após avaliação prévia.

É recomendado a realização de ações e treinamento em locais públicos, residenciais e nas comunidades sobre o suporte básico de vida (SBV) ao indivíduo leigo que por algumas circunstâncias sofre de desinformação e não apresenta qualquer capacidade compreender que o acionamento do serviço avançado faz parte de estratégias a prevenção de mortalidade por PCREH.

Escrito por Mariel Patricio de Oliveira Junior ( Professor Universitário e Fisioterapeuta Especialista em UTI e Fisioterapia Respiratória)

REFERÊNCIAS

1- Brasil. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção às urgências. Brasília: MS; 2003.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.600, de 7 de julho de 2011. Brasília: MS; 2011.

3 - Oliveira Junior MP, Azeredo LM, Maia GG. Fisioterapia nas unidades de emergência e de pronto atendimento. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; Martins JA, Reis LFF, Andrade FMD, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 8. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2017. p. 11–49. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1).

4 - American Heart Association Guidelines Update for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2015;132(18) (Suppl 2).



  • EBOOK GRATUITO: Fisioterapia e Lesão no Menisco



  • Poste um Comentário

    Tecnologia do Blogger.