Como a Fisioterapia Auxilia na Reabilitação de Fraturas: Abordagens Baseadas em Evidências
A fisioterapia desempenha um papel crucial na reabilitação de fraturas, promovendo a recuperação funcional, a redução da dor e a restauração da mobilidade. Após uma fratura, o processo de cura envolve várias fases, e a intervenção fisioterapêutica adequada é essencial para garantir que o paciente recupere não apenas a função, mas também previna complicações, como perda de força muscular e limitação articular. Abaixo, exploraremos como a fisioterapia atua em cada fase da reabilitação de fraturas e daremos exemplos práticos de tratamentos baseados em evidências.
1. Fase Imediata Pós-Fratura: Controle da Dor e Redução do Inchaço
Na fase inicial após a fratura, o objetivo principal é controlar a dor e o inchaço. A fisioterapia começa assim que o processo de imobilização é realizado (com gesso ou talas) ou após a cirurgia (no caso de fraturas que requerem fixação interna com placas, parafusos ou pinos).
Técnicas Utilizadas:
- Crioterapia: O uso de gelo reduz o inchaço e controla a dor nas primeiras 48 horas após a lesão.
- Mobilizações Articulares Suaves: Em regiões não afetadas diretamente pela fratura, como articulações adjacentes, mobilizações passivas podem ser realizadas para evitar rigidez e melhorar a circulação sanguínea.
- Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM): Em pacientes imobilizados, o EENM pode ajudar a preservar a massa muscular e prevenir a atrofia, especialmente em membros inferiores.
2. Fase de Imobilização: Manutenção da Função e Prevenção de Complicações
Durante a imobilização, a função dos músculos e das articulações ao redor da área afetada pode ser comprometida. Nessa fase, o foco é manter a mobilidade das articulações que não estão diretamente envolvidas e preservar a força muscular.
Técnicas Utilizadas:
- Exercícios de Mobilidade em Articulações Distantes: Exercícios ativos e passivos em regiões como ombros, cotovelos, punhos ou quadris (dependendo da área da fratura) são essenciais para evitar a rigidez articular.
- Exercícios de Fortalecimento Isométrico: Mesmo durante a imobilização, é possível trabalhar a força muscular de maneira isométrica, sem movimento, contraindo e relaxando os músculos ao redor da fratura. Por exemplo, em fraturas de perna, exercícios isométricos de quadríceps são recomendados.
- Terapia Manual Suave: Massagens leves podem ser aplicadas em áreas adjacentes para melhorar a circulação e reduzir a formação de aderências.
3. Fase Pós-Imobilização: Restauração da Mobilidade e Função
Após a remoção do gesso ou talas, inicia-se uma das fases mais críticas da reabilitação. A articulação ou o membro afetado pode apresentar rigidez, fraqueza muscular e perda de propriocepção. Nessa etapa, a fisioterapia é fundamental para restabelecer o movimento e a força de forma gradual.
Técnicas Utilizadas:
- Mobilização Articular Progressiva: Técnicas manuais, como mobilizações articulares, são usadas para aumentar gradualmente a amplitude de movimento. Por exemplo, em fraturas de punho, o fisioterapeuta pode realizar técnicas de mobilização passiva para recuperar a flexibilidade.
- Exercícios Funcionais: Movimentos que imitam as atividades do dia a dia são essenciais para restabelecer a função. Em fraturas de membros inferiores, por exemplo, exercícios como agachamentos parciais ou subidas de escada são introduzidos progressivamente.
- Exercícios de Fortalecimento Muscular: Exercícios de resistência com elásticos, pesos leves ou o próprio peso corporal são introduzidos para restabelecer a força muscular. Em uma fratura de úmero, por exemplo, exercícios de rotação externa com elástico são aplicados para fortalecer o manguito rotador.
- Treinamento Proprioceptivo: O equilíbrio e a percepção corporal são frequentemente afetados após uma fratura. O uso de superfícies instáveis, como plataformas de equilíbrio, ajuda na recuperação da propriocepção, especialmente em fraturas de tornozelo.
4. Fase de Fortalecimento e Retorno às Atividades
Na fase final, o objetivo é restaurar a força total, a mobilidade e a função, preparando o paciente para o retorno às suas atividades diárias ou esportivas. Essa fase é personalizada de acordo com o nível de atividade do paciente, seja ele um atleta ou um indivíduo que deseja retomar as atividades diárias sem dor ou limitações.
Técnicas Utilizadas:
- Fortalecimento Funcional Progressivo: O foco é na progressão de exercícios mais desafiadores, que simulam os movimentos necessários para o retorno ao esporte ou ao trabalho. No caso de fraturas de tíbia, por exemplo, exercícios de saltos, corridas e mudanças de direção são gradualmente reintroduzidos.
- Terapia Manual Avançada: Técnicas de liberação miofascial e manipulações articulares podem ser utilizadas para eliminar qualquer restrição tecidual que ainda exista.
- Treinamento Específico para o Esporte: Se o paciente é um atleta, a fisioterapia deve incluir exercícios específicos para a modalidade esportiva. No caso de um jogador de futebol com fratura de fíbula, por exemplo, exercícios de corrida, chute e mudanças de direção são essenciais na fase final da reabilitação.
5. Exemplos de Tratamentos Fisioterapêuticos para Fraturas Comuns
- Fratura de Clavícula: Mobilizações suaves para ombro, exercícios isométricos para o deltoide e fortalecimento progressivo do manguito rotador.
- Fratura de Tíbia e Fíbula: Exercícios de mobilidade do tornozelo, fortalecimento de panturrilha e quadríceps, treinamento proprioceptivo em plataformas instáveis.
- Fratura de Rádio Distal (Punho): Mobilização passiva do punho, exercícios de preensão e flexão-extensão ativa, fortalecimento com elásticos.
Conclusão
A reabilitação de fraturas na fisioterapia é um processo multifásico que requer um plano personalizado para cada paciente. Desde a fase de imobilização até o retorno às atividades funcionais, o fisioterapeuta desempenha um papel essencial na recuperação completa, utilizando uma abordagem baseada em evidências e ajustada às necessidades individuais.
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