Funções da Cintura Escapular
As articulações do ombro e da cintura escapular são fundamentais para a manutenção da grande amplitude de movimento que temos nos membros superiores.
Funções da Cintura Escapular
1) Ritmo escapuloumeral
O movimento da escápula, em sincronia com os movimentos do úmero, permite 150 a 180 graus de amplitude de movimento no ombro para flexão ou abdução com elevação. A mobilidade varia consideravelmente entre indivíduos normais, mas geralmente se aceita que seja de 2:1 (2 graus de movimento gleno-umeral para 1 grau de movimento escapular). O movimento sincronizado da escápula permite que os músculos que movem o úmero mantenham uma boa relação comprimento/tensão ao longo da atividade.
Os músculos que fazem a rotação para cima da escápula são o trapézio superior e inferior e o serrátil anterior. Fraqueza ou paralisia completa desses músculos leva a rotação para baixo da escápula pelo deltóide e supra-espinhoso contralaterais quando se tenta a abdução ou flexão.
A fraqueza ou má sincronização dos músculos que fazem a rotação para cima pode alterar a relação do úmero no espaço supra-umeral à medida que o braço é abduzido, levando a microtraumas dentro da articulação nos tecidos moles do espaço supra-umeral.
2) Elevação clavicular e rotação com movimento do úmero
Inicialmente, com rotação para cima da escápula, ocorrem 30 graus de elevação da clavícula na articulação EC. Então, à medida que o ligamento coracoclavicular se torna tenso, a clavícula roda 38 a 50 graus sobre seu eixo longitudinal, o que eleva a sua extremidade acromiana (porque é em formato de manivela). A escápula então roda mais 30 graus na articulação AC. A perda de qualquer um desses componentes funcionais irá diminuir a quantidade de rotação escapular e assim a amplitude de movimento do membro superior.
3) Rotação externa do úmero com elevação completa através da abdução
Para que o tubérculo maior do úmero libere o arco coracoclavicular, o úmero precisa rodar externamente à medida que é elevado além da linha horizontal. Uma rotação externa fraca ou inadequada resultará em compressão dos tecidos moles no espaço supra-umeral, provocando dor, inflamação, e eventual perda de função.
4) Rotação interna do úmero com elevação completa através da flexão
A rotação medial começa em torno dos 50 graus de flexão passiva do ombro quando todas as estruturas estão intactas. Com a amplitude completa de flexão e elevação do ombro, o úmero roda medialmente 90 graus.
A maioria dos músculos flexores do ombro são rotadores mediais do úmero. À medida que o braço se eleva acima da horizontal no plano sagital, a cápsula anterior e os ligamentos tornam-se tensos, levando o úmero a rodar medialmente.
A configuração óssea da face posterior da cavidade glenóide contribui para o movimento de rotação interna do úmero à medida que o ombro flexiona.
5) Deltóide – mecanismo da bainha rotadora curta e supra-espinhal
A maior parte da força do músculo deltóide provoca translação para cima do úmero; se não houver oposição ocorre colisão da cabeça do úmero com o arco coracoacromiano. O efeito combinado dos músculos rotadores curtos (infra-espinhal, redondo menor e subescapular) causa compressão e translação para baixo do úmero.
A ação do deltóide e dos rotadores curtos resulta em força dupla, o que provoca um giro da cabeça do úmero e abdução do úmero. O músculo supra-espinhal tem um efeito compressivo com leve translação para cima no úmero. Esses efeitos, combinados com o efeito da gravidade, levam a abdução do braço. A interrupção ou má coordenação de qualquer um desses músculos pode levar a mircrotraumas e eventual disfunção na região do ombro.
Músculos da cintura escapular
Trapézio: tem origem no osso occipital, ligamentum nuchae e processos espinhosos de C7 a T12. Desta origem extensas fibras musculares convergem para suas inserções sobre a extremidade acromial da clavícula, acrômio e espinha da escapula. É inervado pelo nervo acessório espinhal, e dividido basicamente em 3 feixes:
Feixe superior: acrômio-clavicular.
Ação: eleva a cintura escapular; impedindo a sua queda sob o peso de uma carga; As fibras correm para baixo e lateralmente.
Feixe médio: espinhoso direção transversal.
Ação: aproxima de 2 a 3 cm com a borda interna da escapula à linha das apófises espinhosas; leva a escapula contra o tórax e a cintura escapular para trás.
Feixe inferior: direção oblíqua para baixo e para dentro.
Ação: puxa a escapula para baixo e para dentro.
A contração simultânea dos três feixes age levando a escápula para dentro e para trás e fazendo com que ela gire para o lado 20º, papel modesto na abdução, mas importante no transporte de cargas pesadas e impede a queda do braço e o deslocamento da escápula.
Rombóide: origina-se no ligamentum nuchae e processos espinhosos das duas últimas vértebras cervicais e das quatro torácicas superiores e insere-se na borda medial da escápula. É inervado pelo nervo escapular dorsal e tem direção obliqua para o alto e para dentro.
Ação: puxa o ângulo inferior para o alto e para dentro, portanto atua elevando a escápula; fazendo rotação da escápula para baixo (a cavidade glenóide orienta-se para baixo); e fixa o ângulo inferior da escapula contra as costelas.
Angular ou elevador da escápula: tem direção obliqua para o alto e para dentro. Origina-se no processo transverso das vértebras cervicais superiores e insere-se na borda medial da escápula, acima da espinha, próximo ao ângulo superior. É inervado pelo nervo escapular dorsal.
Sua ação é semelhante a do rombóide, age atraindo o ângulo súpero-interno para o alto e par dentro em 2 a 3 Cm (ação de elevar os ombros); entra em contração por ocasião do portar uma carga; e faz ligeira rotação da cavidade glenóide para baixo.
Serrátil anterior: é um dos músculos mais importantes da cintura escapular. Este músculo recebe seu nome padrão de inserção serreado, ou em dente de serra, no lado ântero-lateral do tórax. É superficial neste ponto e pode ser palpado quando o braço estar sobre a cabeça. O músculo corre para trás para passar entre a escápula e a caixa torácica. Insere-se na face anterior da escapula ao longo da margem medial entre os ângulos superior e inferior. Como tem uma linha de tração quase horizontal para lateral na parte inferior da escápula, é eficiente na rotação da escápula para cima, uma outra função deste músculo é manter a margem medial da escápula contra a caixa torácica. Sem este músculo a margem medial afasta-se da caixa torácica que é chamada de escápula alada.
Músculo peitoral menor: situa-se profundamente ao músculo peitoral maior e é o único músculo do cíngulo do mundo superior localizado totalmente na face anterior do corpo. Origina-se da face anterior da terceira á quinta costela, perto das cartilagens costais e corre para cima até sua inserção no processo coracóide da escápula e sua ação é de abaixamento, protrusão e rotação da escápula.
Subclávio: este músculo tem origem na 1ª costela, tendo inervação no nervo subclávio, estabilizando a articulação esternoclavicular e se insere na clavícula. Tendo como ação puxar a clavícula para baixo.
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