A Fisioterapia na Síndrome de Colisão do Ombro
É marcada pela presença de inflamação e edema, que pode levar, em casos mais graves, à degeneração da bursa e dos tendões da coifa dos rotadores no espaço subacromial. A SIS pode conduzir à ruptura total dos tendões da coifa dos rotadores e à degeneração das articulações da cintura escapular. Como consequências dessa síndrome haverá diminuição e perda da capacidade funcional.
Tipos de Colisão
Existem dois tipos de colisão (impingement): a primária e a secundária. A primária refere-se ao impacto mecânico causado por anormalidades anatômicas no espaço acromial, tais como proeminência anterior do acrômio, osteófitos a volta da região do acrômio, e anormalidades na articulação acrômio-clavicular como a hipertrofia da cápsula.
A colisão secundária refere-se ao estreitamento do espaço subacromial que se verifica em algumas situações, tais como na instabilidade da gleno-umeral e em anormalidades funcionais músculo-tendinosas. Nessas situações ocorre uma translação superior da cabeça do úmero que leva à redução do espaço subacromial.
Para além desses dois tipos de colisão é descrito também o impingement interno, que é definido como uma condição dolorosa em que se verifica conflito dos tecidos moles, incluindo a coifa dos rotadores, a cápsula articular, o tendão da longa cabeça do bicípite e o da glenóide. Esse tipo de impingement é ainda diferenciado em póstero-superior impingement (PSI) e antero-superior impingement (ASI).
Graus de Gravidade
Há três graus de gravidade de acordo com critérios clínicos e fisiopatológicos: o grau I, grau II e o grau III. O grau I é caracterizado pela presença de edema, inflamação e hemorragia na bursa subacromial e na coifa dos rotadores. Esse grau é encontrado mais frequentemente em pacientes jovens com menos de 25 anos de idade e em desportistas, devido ao uso repetitivo e excessivo do ombro em actividades acima da cabeça. Esse grau é reversível e não necessita de tratamento cirúrgico. No grau II, verifica-se alterações irreversíveis tais como fibrose e tendinopatia da coifa dos rotadores, acometendo tipicamente pacientes entre os 25 e os 40 anos de idade. O tratamento conservador neste grau nem sempre é eficaz.
O grau III é marcado por mudanças crónicas tais como ruptura parcial ou completa da coifa dos rotadores, por vezes acompanhado de ruptura do bicípite e alterações morfológicas ósseas. Essas alterações podem surgir ao nível do acrômio, da apófise coracóide e da cabeça do úmero. Esse grau é mais frequente em indivíduos com idades superiores aos 40 anos de idade e é necessário, na grande maioria dos casos, tratamento cirúrgico para resolver o problema.
A fisioterapia é, frequentemente, a primeira escolha de tratamento para a SIS, incluindo várias modalidades no tratamento, tais como a termoterapia, eletroterapia (ondas-choque, ultra-sons, laser), terapia manual e exercícios terapêutico.
O ultra-som terapêutico é um dos meios de tratamento mais comuns em lesões dos tecidos moles. Os efeitos fisiológicos dos ultra-sons se dividem em efeitos térmicos e efeitos mecânicos. Os efeitos térmicos são: o aumento do fluxo sanguíneo, a diminuição da dor, a diminuição do espasmo muscular, aumento da extensibilidade dos tecidos e a diminuição da resposta inflamatória. Quanto aos efeitos mecânicos, pode-se incluir a cavitação e o efeito de micro massagem.
A terapia por ondas de choque consiste na utilização de impulsos de ondas acústicas geradas na água, tendo origem eletrohidráulica, eletromagnética ou piezoelétrica. Essa terapia acelera os processos de cicatrização e regeneração dos tecidos músculo-esqueléticos.
A terapia através do laser é também, frequentemente, utilizada em fisioterapia. A Laserterapia de Baixa Intensidade é um termo que define a aplicação terapêutica do laser em problemas músculo-esqueléticos e reumatológicos. Os efeitos do laser são: estimular o metabolismo celular através da bioestimulação e aumento do aporte sanguíneo por vasodilatação capilar e arterial, aumento do limiar de dor, estimulação do trofismo nas terminações nervosas, analgesia e efeito anti-inflamatório
Das várias técnicas que a fisioterapia dispõe nesta patologia, é de salientar a terapia manual e os exercícios terapêuticos. A Terapia Manual é uma especialização da fisioterapia que trata de forma conservadora e compreensiva a redução da dor e disfunções neuro-músculo-articulares na coluna e extremidades. A terapia manual inclui procedimentos, tais como manipulações, massagem, tração manual e mobilização articular.
Algumas dicas para você de Terapia Manual:
Os exercícios terapêuticos combinados com a terapia manual incluem exercícios activos (para aumentar a força ou a amplitude de movimento), exercícios posturais, alongamentos, exercícios de relaxamento e exercícios funcionais
A intervenção da fisioterapia é de primordial importância no tratamento dos pacientes com SIS. A fisioterapia dispõe de várias modalidades como recurso no tratamento dessa patologia. De todas as modalidades, é de salientar com a minha experiència profissional, que o uso da terapia manual e dos exercícios terapêuticos que demonstram ser das técnicas mais efetivas no tratamento dessa condição.
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